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Bastidores de guerras
Os Estados Unidos acusam o Irão de fornecer explosivos muito potentes às milícias chiitas do Iraque, tendo o secretário de Estado norte-americano da Defesa, Robert Gates, dito aos jornalistas que cobriam uma reunião da NATO, recentemente realizada em Sevilha, estar razoavelmente convencido da veracidade deste envolvimento de Teerão no Iraque.
O representante permanente do Irão nas Nações Unidas, Javad Zarif, refutou as acusações de Gates, dizendo que os Estados Unidos não hesitam em fabricar provas para poderem justificar as políticas previamente desenhadas por Washington.
Neste contexto de tensão, decorreu no passado dia 28 de Maio, em Bagdad, um encontro bilateral entre os Estados Unidos e o Irão, o primeiro em 27 anos, para abordar, exclusivamente, segundo as informações oficiais, problemas de segurança no Iraque.
O passado mês de Maio foi, desde 2003, o mais mortífero para os soldados norte-americanos estacionados no Iraque, com a morte de dez comandos especiais. O exército dos Estados Unidos pode, no entanto, desmantelar uma suposta prisão de Al-Qaeda, nos arredores de Bagdad, onde se encontravam detidos 41 pessoas, a maioria das quais civis.
O Congresso norte-americano acabou por votar favoravelmente o reforço financeiro para as guerras no Iraque e no Afeganistão, solicitado pelo presidente Bush, sem condicionar a aprovação à fixação de uma data para a saída das tropas norte-americanas, ao contrário do que a maioria, inicialmente defendia.
Três dos quatro pretendentes à nomeação democrata para as próximas presidenciais norte-americanas ? Hillary Clinton, Barack Obama e Cristopher Dodd- votaram contra, tendo Joseph Biden, o quarto pretendente, votado a favor.
Num outro contexto mundial, não menos preocupante, os Estados Unidos estão a inviabilizar um documento sobre o aquecimento global, a apresentar pela Alemanha na próxima cimeira do G8, marcada de 6 a 8 do presente mês de Junho, em Heiligendamm, o que já obrigou a chanceler alemã Ângela Merkel a admitir o possível fracasso da cimeira sobre esta matéria.
Considerando o Protocolo de Kyoto, assinado mas nunca ratificado por Washington, como um suicídio para os países industrializados, a administração Bush volta a opor-se a qualquer redução das emissões de gás que causam efeito de estufa.

  
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Edição:

N.º 168
Ano 16, Junho 2007

Autoria:

Júlio Roldão
Jornalista do Jornal de Notícias
Júlio Roldão
Jornalista do Jornal de Notícias

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