Página  >  Edições  >  N.º 165  >  Irene Lisboa

Irene Lisboa
Irene Lisboa (1892-1958) nasceu em Arruda dos Vinhos, e faleceu em Lisboa. Estudou na Escola Normal Primária de Lisboa e fez estudos na Suíça, França e Bélgica, tendo contactado com Piaget. Em 1926, publicou o livro de contos, "13 Contarelos" e dois livros de poesia. Sob os pseudónimos "Manuel Soares" e "João Falco", é autora de uma obra entre a ficção autobiográfica, a crónica, o conto, a poesia, a pedagogia e a crítica literária. Este aspecto do recurso que teve de fazer a pseudónimos deve-se à censura e à repressão sobre as mulheres, muito patentes no Portugal do seu tempo. Foi professora primária e pedagoga e colaboradora da revista Seara Nova. A Seara Nova foi um movimento cultural e cívico a que pertenceram Raul Brandão, Aquilino Ribeiro, Câmara Reis, Jaime Cortesão, Augusto Casimiro e Raul Proença Foi este que trouxe António Sérgio para ã "Seara". Sérgio desenvolveu uma notável acção pedagógica e cultural, continuada nas obras de Castelo Branco Chaves e Agostinho da Silva. Colaboraram na Seara Nova pessoas como Augusto Casimiro, Rogério Fernandes, Augusto Abelaira, Teixeira Gomes, Afonso Duarte, Hernâni Cidade, Joaquim de Carvalho, João de Barros, Manuel Mendes, José Rodrigues Miguéis, José Bacelar, Álvaro Salema, Lobo Vilela, Santana Dionísio, José Gomes Ferreira, Casais Monteiro, Mário Dionísio e Jorge de Sena. Irene Lisboa exerceu a profissão na capital até que, juntamente com a sua colega e amiga Ilda Moreira, passou a reger classes de ensino infantil criadas nas escolas oficiais do grau de que eram titular. O valor seu trabalho foi reconhecido. As suas classes infantis são visitadas por estudantes e professores da Escola Normal, passando a ser locais de estágio de que ela era responsável. Exerceu funções na Inspecção do Ensino até dela ser arredada (com a "alternativa" de aceitar um lugar na Escola do Magistério Primário de Braga). Reforma-se, sobrando-lhe a intervenção cívica. É dos mais interessantes "casos" de pedagogos portugueses, pois não tinha apenas formação teórica, tendo exercido por muito tempo. Falece em 1958, deixando uma enorme obra que constitui tema de estudo e reflexão para os professores actuais.

  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 165
Ano 16, Março 2007

Autoria:

Carlos Alberto Mota
Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real
Carlos Alberto Mota
Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo