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Promoção da saúde na escola: pertinência e responsabilidade
A saúde escolar é uma área de intervenção gerida pelos centros de saúde, integrando nas suas equipas profissionais de várias disciplinas. Normalmente lideradas por médicos de saúde pública ou de clínica geral, integram ainda enfermeiros e, mais pontualmente, outros profissionais, como, por exemplo, nutricionistas, psicólogos, higienistas orais, técnicos de saúde ambiental, técnicos do serviço social e administrativos. As áreas de intervenção destas equipas dividem-se em saúde individual e colectiva, inclusão escolar, ambiente escolar e estilos de vida.
Quanto a este último aspecto, estas equipas multidisciplinares trabalham os vários determinantes da saúde, como a alimentação, actividade física, saúde oral, saúde mental, saúde ambiental, promoção de segurança e prevenção de acidentes, saúde sexual e reprodutiva, educação para o consumo, prevenção de consumos nocivos lícitos e ilícitos e prevenção de comportamentos de risco no que diz respeito às doenças transmissíveis e à violência em meio escolar. Estes campos temáticos deverão ser encarados segundo as perspectivas mais recentes da promoção da saúde.
A ideia de realizar uma palestra sobre a promoção da saúde provou, há longos anos, não ter eficácia na mudança de atitudes e comportamentos. Os programas de promoção da saúde obrigam a pensar a escola nos seus diversos níveis, ou seja, como um todo, em que os vários actores são parceiros importante para a mudança.
O alvo da saúde escolar é toda a comunidade educativa, desde dos docentes ao órgão de gestão, aos auxiliares de acção educativa, alunos, encarregados de educação? A estrutura e o ambiente escolar de todos os níveis de ensino desde o pré-escolar ao secundário são outros vectores a ter em linha de conta.
O papel dos profissionais da saúde e da educação neste processo é o de facilitar a aquisição de competências e autonomia. Procura-se melhorar o nível da saúde na comunidade, melhorando a compreensão sobre factores de risco, encorajando a adopção de modos de vida e comportamentos propícios à saúde.
A nível dos alunos, a equipa de profissionais de saúde deverá ser capaz de desenvolver um conjunto de sessões que permitam trabalhar a etiologia de cada determinante. Essas sessões, conduzidas pela equipa e/ou por professores com formação nesta área, devem basear-se em metodologias activas em que os alunos descobrem por si competências e informações, em vez de serem depositários mais ou menos passivos do saber de terceiros. A estratégia passa pela multidisciplinaridade, a compreensão, diversificação, a continuidade e a avaliação destas intervenções.
Mas como integrar a acção das equipas de saúde escolar nas escolas? Em Fevereiro de 2006, foi assinado um protocolo entre os Ministérios da Educação e da Saúde. O compromisso passa por incrementar modelos de parceria através de estruturas de suporte a nível nacional, regional e local. Pressupõe ainda a dinamização conjunta de projectos educativos na área da promoção da saúde e sua monitorização.
O grupo de escrita que inauguramos com este texto pretende chamar a atenção para a importância da saúde escolar. Assim, através de contribuições de um psicólogo clínico, um médico de saúde pública e de uma nutricionista, tentaremos expressar a natureza complexa da saúde escolar e os vários níveis que ela abarca. Também, sempre que acharmos necessário, convidaremos outros escribas, com outras perspectivas, que, de uma forma ou de outra, poderão enriquecer este tema.

  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 165
Ano 16, Março 2007

Autoria:

Débora Cláudio
Nutricionista Sub Região de Saúde do Porto
Nuno Pereira de Sousa
Médico de Saúde Pública
Rui Tinoco
Psicólogo Clínico - ACES Porto Ocidental
Débora Cláudio
Nutricionista Sub Região de Saúde do Porto
Nuno Pereira de Sousa
Médico de Saúde Pública
Rui Tinoco
Psicólogo Clínico - ACES Porto Ocidental

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