INTOLERÂNCIAS
Um teatro de Madrid retirou da sua programação uma peça sobre o poeta Federico Garcia Lorca e as vitimas do franquismo. Aconteceu após o director ter recebido ameaças e acusações de ter feito afirmações insultuosas sobre a unidade de Espanha. O actor e director, Pepe Rubianes, explicou, recordando as ameaças que sofreu, que decidiu anular as representações da peça «Lorca eram todos» por considerar que «não se pode ir trabalhar escoltado e com polícias à porta. O teatro tem de ser feito para dar prazer». O director converteu-se no centro da ira de sectores da extrema-direita depois de em Janeiro, num debate sobre o futuro estatuto da Catalunha, ocorrido na televisão regional Catalã TV-3, ter dito «que vá à merda a puta da Espanha». Perante a polémica que esta afirmação suscitou, o artista galego explicou que se referia apenas «à Espanha retrógrada, reaccionária e fascista». O pequeno grupo «Alternativa Espanhola», de extrema-direita, convocou uma manifestação para a porta do Teatro Espanhol no dia em que se previa a estreia da obra sobre Lorca. Este pequeno grupo já tinha, em Fevereiro, promovido disturbios noutro teatro de Madrid contra a peça «Revelação» uma sátira à religião católica dirigida e interpretada pelo actor italiano Leo Bassi.
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