Página  >  Edições  >  N.º 159  >  Biólogos europeus unem-se para fazer inventário da biodiversidade mundial

Biólogos europeus unem-se para fazer inventário da biodiversidade mundial

Por mais paradoxal que possa parecer, no início do terceiro milénio ninguém sabe ao certo o número exacto das espécies vivas do planeta. Cerca de 1,8 milhões de animais e vegetais estão descritos, o que representa a quase totalidade dos 100 mil vertebrados e 300 mil das 350 mil plantas que se pensa existirem, mas apenas 100 mil do milhão e meio de fungos e 900 mil das 8 milhões de espécies de insectos.
"Ao ritmo actual da inventariação de animais, cerca de onze mil por ano, quando o número de espécies desconhecidas está estimado entre 10 a 40 milhões, seria necessário um milénio só para fazer o inventário do reino animal", explica Simon Tillier, professor do Museu Nacional de História de Paris.
Lamentando o facto de este trabalho avançar cada vez mais lentamente por não interessar muito aos jovens cientistas, para quem esta disciplina "é apenas observação, não uma ciência", Philippe Bouchet, especialista de biodiversidade marinha daquele museu, afirma como exemplo o facto de no continente europeu os amadores serem responsáveis pela descrição de ?mais de metade das espécies?. De qualquer forma, diz Bouchet, ?nunca acabaremos essa inventariação?, salientando que o fundamental é ?definir os conceitos?.
Perante este cenário de crise, representantes de 23 instituições europeias e quatro não europeias de taxionomia ? ciência que estuda a identificação das diferentes espécies animais e vegetais ? reuniram-se recentemente no Museu Nacional de História Natural, em Paris, para lançar a European Distributed Institute of Taxonomy (EDIT), uma rede informatizada de intercâmbio científico concebida para melhorar a capacidade de inventariação da biodiversidade mundial.
A rede EDIT, consórcio virtual de instituições apoiado pela Comissão Europeia, recebeu 11,9 milhões de euros de ajudas para cinco anos, o que deverá permitir aos investigadores trabalhar em conjunto e permitir aos interessados encontrar mais facilmente as informações sobre a vida terrestre e marinha, favorecendo dessa forma uma gestão duradoura dos recursos biológicos.


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 159
Ano 15, Agosto/Setembro 2006

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo