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Hipnose quer ser alternativa para a aprendizagem de línguas

Aprender enquanto se dorme talvez ainda pertença ao domínio dos sonhos, mas existe, todavia, uma abordagem bastante aproximada e que parece dar resultado: a aprendizagem de línguas sob semi-hipnose, método que torna o cérebro mais receptivo à compreensão sensorial e global de um idioma.
No instituto Alphalearning, associado à Universidade de Paris IX e um dos poucos locais em França onde se utiliza a hipnose como meio de assimilação de uma língua, um ritual surpreendente espera os alunos antes de cada aula: estender o corpo numa poltrona em couro, instalada numa pequena cabine com luz ténue, colocar uns óculos escuros com sinais luminosos integrados e um capacete áudio. 
"Você está numa praia de areia quente e suave, as suas pernas estão pesadas, a água marulha suavemente?. Uma voz tranquila inicia o discurso em castelhano, sobre um fundo de música barroca, seguida de um diálogo nesta língua e em francês. Os aparelhos de luz e de som estão programados para embalar o cérebro em semi-hipnose, através de sinais luminosos e sonoros próximos do ritmo biológico humano dos 60 batimentos por segundo. A esta sessão de 30 minutos, sucede-se uma aula particular com um professor que mantém o mesmo tom suave de conversação.
?A capacidade de aprendizagem do cérebro assenta no seu hemisfério esquerdo, analítico e lógico?, explica Pierre Fallot, director do Alphalearning, ?mas ele apresenta algumas limitações no que se refere à reprodução dos sons, ao ritmo da língua e à sua compreensão global?. Daí, refere Fallot, a necessidade de ?estimular em igual medida o hemisfério direito, que coordena as capacidades criativas e de conjunto?.
Esta parte do cérebro, porém, torna-se difícil de explorar na medida em que é habitualmente travado por uma série de bloqueios mentais, tanto maiores quanto a aprendizagem escolar tiver como base uma forte componente analítica, a resistência cultural aos estrangeirismos e, sobretudo, uma língua materna cuja estrutura sonora cubra um estreito espectro de sonoridades.
?É precisamente neste ponto que entra a semi-hipnose?, afirma Fallot, explicando que este método se baseia nas investigações conduzidas pelo búlgaro Georgi Lozanov, que nos anos 60 constatou que a semi-hipnose permitia uma assimilação de conhecimento cinco vezes mais rápida e uma taxa de memorização superior ao normal.


  
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Edição:

N.º 157
Ano 15, Junho 2006

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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