Esferas
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No actual modelo de "esfericização" descobrem-se repetições cansativas. O próprio nome do modelo não é nada sedutor, nada nos (re)diz, apenas existe. Penso que tal modelo "de tudo é fábrica", conduz a perda de empregos nos países "ricos" e à sua substituição por escravatura nos pobres. Não estamos, deste ponto de vista a "criar empregos" noutras zonas do mundo, dados os salários(?) aí praticados - quando praticados. Os trabalhadores dos países "ricos" são acusados de falta de especialização, especialização inútil, idade excessiva, resultando destas acusações sentenças de desemprego sem esperança num regresso ao mundo do trabalho. Os países mais ricos estimulam subtilmente a imigração: as suas populações deixaram de ter filhos, quer pelo ritmo de vida que têm, quer porque foram intoxicadas por uma ideologia de consumo, incompatível com crianças. Na realidade, num mundo utilitário, podemos perguntar "para que serve uma criança?" Os hipermercados arrasam a pequena e média agricultura, importando o que lhes apetece de qualquer lado, mais barato. Por esse processo arrasam também o pequeno comércio, pois vendem de tudo, mais barato, mais bem embalado, mais atraente. Esta redução de tudo aos efeitos da "Esfera" leva a uma homogeneização de comportamentos e culturas que atacam a razão de ser de sistemas educativos diferenciados e respeitadores de especificidades que se tornam relíquias do passado. Vivemos numa era em que apenas um Estado parece ter força, tornando todos os outros em "micro-estados", indiferentes na definição da ordem geral. Tal Estado parece interessado na criação de grandes espaços meramente económicos, apolíticos e sem força militar, como a União Europeia, o Mercosul ou a "Nova China". É a concretização dos gigantes económicos e anões militares, controlados pelo gigante geral. Até quando?
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Ficha do Artigo
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Edição:
Ano 11, Dezembro 2002
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Autoria:
Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real
Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real
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