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Ler sem limites

Susana Gonçalves,
aluna do curso Ciências Documentais na Universidade Portucalense

Quais foram as motivações que a trouxeram a este curso?

Eu sou deficiente visual e, tendo em conta as dificuldades que eu própria tive no acesso à informação, vim para este curso com o objectivo de tentar implementar um serviço de leitura especial numa biblioteca pública, já que numa universitária ou escolar seria complicado. Entretanto já apresentei um projecto na Câmara de Matosinhos para criar na biblioteca pública um serviço de leitura com suportes especiais. É que cada vez existem mais deficientes visuais a estudar, mesmo no ensino superior, e a necessidade de dar informação a este grupo está a crescer a olhos vistos.

Que dificuldades foram essas?

Sempre tive muita dificuldade em encontrar bibliografia gravada , digitalizada ou escrita em braile. É necessário que as bibliotecas públicas disponham de serviços para deficientes visuais de modo a que possamos telefonar e dizer: "precisava deste artigo para amanhã."

Um serviço público assegurado pela biblioteca?

Se a biblioteca é a grande porta de acesso à informação, eu penso que sim. É da responsabilidade da biblioteca assegurar um serviço deste género. Um dos objectivos da promoção do acesso à informação dos deficientes visuais é social, visa a sua integração. A meu ver não faz sentido criarem-se, por exemplo, gabinetes separados para deficientes visuais. Faz sentido, como aliás acontece na Faculdade de Letras do Porto, existir um gabinete que assegure o material necessário para os deficientes visuais e que esteja integrado na biblioteca. Se o grande objectivo desta sociedade é o acesso de todos à informação, então vamos criar condições para que assim seja.

Quando fala em informação em formato acessível , está a falar do quê?

Um texto pode ser lido, gravado numa cassete e enviado pelo correio, mas pode ainda ser digitalizado e convertido em audio, através de programas informáticos como o OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres) e enviado por email. Existem outros programas que permitem que depois de digitalizado o documento seja impresso em braille.


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 112
Ano 11, Maio 2002

Autoria:

Susana Gonçalves
Aluna do curso de especialização em Ciências Documentais na Univ. Portucalense, Porto.
Andreia Lobo
Jornalista, A Página da Educação
Susana Gonçalves
Aluna do curso de especialização em Ciências Documentais na Univ. Portucalense, Porto.
Andreia Lobo
Jornalista, A Página da Educação

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