Página  >  Edições  >  N.º 103  >  A maioria dos pais diz que a escola funciona bem

A maioria dos pais diz que a escola funciona bem

Um estudo realizado em França, nos dias 28 e 29 de Maio passado, mostra que mais de três quartos dos pais de alunos frequentando a educação Pré-Escolar, o ensino básico e o secundário, em França, estão satisfeitos com as escolas dos filhos. De facto, 76% dos pais consideram que a escola dos filhos funciona muito bem.

Esta mesma sondagem mostra que 67% dos pais manifestam confiança no actual ministro da educação Jack Lang. 70% afirmam que o plano de desenvolvimento do ensino artístico, lançado este ano, foi uma medida útil, enquanto 46% se mostram confiantes no processo de reforma.

Não dispomos em Portugal de estudos de opinião que nos permitam perceber, com algum rigor, a opinião dos pais sobre as nossas escolas e os professores. No entanto, alguns indicadores dispersos parecem mostrar que a opinião dos pais é substancialmente diferente da opinião que alguns comentadores têm vindo a divulgar nos órgãos de comunicação social. Para parte destes a escola pública portuguesa está uma calamidade e os professores não passam de "funcionários públicos incompetentes".

Faltam dados sobre as escolas mas existem alguns indicadores favoráveis aos professores. Um dos barómetros sobre a consideração que a população portuguesa manifesta em relação às profissões, mostra que em Portugal, os professores aparecem, normalmente, nos três primeiros lugares da consideração social. Nos primeiros dias de Junho, deste ano, o jornal Diário de Notícias (DN) pediu a pessoas, homens e mulheres, de diferentes profissões, que classificassem na escala de 0 a 20 a escola dos filhos. As classificações atribuídas variaram entre 15 e 20 valores. Uma curiosidade a pedir algum estudo.

Um inquérito, realizado em 1998, a professores do Norte do país, mostra que os educadores e professores têm uma imagem bastante positiva da sua profissão e do seu desempenho profissional. Quando perguntados se a profissão os satisfazia intelectualmente, cerca de 74% deram resposta positiva. Colocando-se no razoavelmente satisfeito (27,5%), satisfeito (38,6%) e muito satisfeito (8,0%). Já no que respeita ao aspecto financeiro a maioria (46,4%) das opiniões vai para a insatisfação. Declararam-se razoavelmente satisfeito (29,3%), satisfeitos (5,9%) e muito satisfeitos (0,3). 18,1% encolheram os ombros.

É também possível comparar a opinião que os docentes têm sobre a utilidade social da sua profissão em contraste com o que pensam ser o reconhecimento social da mesma. Cerca de 73% dos educadores e professores consideravam, em 1998, que o seu desempenho profissional, no aspecto da utilidade social, os deixava razoavelmente satisfeitos (26,9%), satisfeitos (36,1%) e muito satisfeitos (10,2 %). Apenas metade dos professores consideravam que a sociedade lhes atribui o verdadeiro valor social a que têm direito. Assim, no que respeita ao reconhecimento social, mostravam-se razoavelmente satisfeitos (29,7%), satisfeitos (19,9%) e muito satisfeitos com o reconhecimento social (1,8%). A outra metade não se sentia socialmente reconhecida.

José Paulo Serralheiro

  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 103
Ano 10, Junho 2001

Autoria:

José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.
José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo