Mais de 22 mil professores, que concorreram a um contrato nas escolas públicas, ficaram sem colocação. Os dados do Ministério da Educação e Ciência (MEC) indicam que em 25.296 candidatos ficaram colocados 2.833 docentes em vagas consideradas necessidades transitórias das escolas, e que dos 1.434 candidatos a renovação do contrato 949 conseguiram manter o vínculo.
Todos os professores dos Quadros de Zona Pedagógica (QZP) tiveram de concorrer, por se tratar de ano de concurso interno e externo, o que representou um número mais elevado de horários pedidos pelas escolas. Segundo a agência Lusa, os diretores escolares pediram o preenchimento de 17.850 horários, ficando agora resolvida a situação de 15.718 horários. De acordo com o MEC, os restantes serão quase todos absorvidos pelos procedimentos concursais que se seguem, como a Bolsa de Contratação de Escola (BCE).
Entretanto, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) criticou o aumento de 30 por cento dos professores com horário-zero sem colocação e o facto de 90 por cento dos candidatos à contratação terem ficado no desemprego. “A nossa expectativa era que este fosse um ano em que o número de professores colocados nesta primeira vaga fosse maior do que tem sido habitualmente”, afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, à agência Lusa.
De acordo com Mário Nogueira, além dos 22 mil professores que não conseguiram contrato nesta primeira fase é preciso ter em conta também “aqueles que não são contabilizados agora, como os que não fizeram ou não conseguiram fazer a PACC [Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades], que são alguns milhares e estão excluídos das listas, assim como aqueles que, verificados os números baixos que tinham nas listas provisórias, nem sequer manifestaram preferências” e não constam das listas. Os dados da Fenprof indicam que são “mais de 30 mil professores, no seu conjunto, que não foram colocados”.
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