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Revista de Imprensa Internacional: destaques do “The Guardian” 5 a 12 Dezembro

Proibição de protesto na Universidade de Birmingham foi “agressivo e censura” (11 Dez)

Grupos de direitos humanos do Reino Unido condenaram uma das maiores universidades da Grã-Bretanha por “criminalizar” protestos pacíficos, descrevendo a decisão como “preocupante, agressiva e acto de censura”.

Na quinta-feira foi noticiado que a Universidade de Birmingham obteve uma ordem do Tribunal Supremo que proíbe, por um ano, todos os protestos ao estilo de ocupação no seu campus de 250 acres (aproximadamente 101 mil hectares), a menos que tenham autorização prévia por escrito da gestão universitária.

Enfrentando multas, apreensão de bens e prisão por desrespeito ao tribunal, caso não respeitem a ordem, a organização que tem promovido uma campanha nacional contra o aumento das propinas e os cortes no ensino superior, está a mobilizar os estudantes de todo o país para uma manifestação contra a acção limitativa aos protestos no campus de Brimingham após o feriado do Natal.

O movimento controverso está a promover uma acção similar na Universidade de Sheffield, que após ter conseguido uma ordem de proibição aos protestos, voltou a tribunal para que a ordem fosse anulada depois de enfrentar a indignação dos alunos no início desta semana.

A escola de Harrow discute com a população o direito a fazer caminhadas nos seus terrenos (11 Dez)

É uma batalha que o aluno mais famoso de Harrow, Winston Churchill, poderia muito bem ter saboreado. A conceituada escola pública, com oito ex-primeiros-ministros e dois reis europeus entre os seus ilustres ex-alunos, envolveu-se numa disputa acirrada com a população local, depois de vedar o acesso a um trilho do século XIX, que serpenteia os seus 400 hectares de terrenos, e é habitualmente usado para caminhadas.

A filial londrina da associação Ramblers enviou cartas legais exigindo que a escola permita aos caminhantes o acesso ao trilho. O conselho local apoia a população e ordenou ao director da escola para prescindir do direito de passagem.

Mas a escola tem mantido a sua posição, apesar dos protestos locais e contratou uma empresa de segurança privada para patrulhar os terrenos, alegando o “desenvolvimento de uma política anti-invasão”. Existem ainda relatos de que a prática de tiro aos pombos e de lições de arco estão ocorrer ameaçadoramente perto de partes do caminho ainda em aberto.

Michael Gove propõe limites ao crescimento das escolas privadas (10 Dez)

Novas propostas restringem os direitos dos pais a se opor à selecção académica e forçam as escolas mais fracas a batalhar pela sobrevivência. Os pais serão despojados do direito de oposição à expansão das “grammar schools”, [escolas privadas com critérios selectivos de alunos dos 11 aos 18 anos], sob o novo código de admissão às escolas apresentado ao Parlamento.

Activistas contra a selecção académica dizem que a proposta poderia forçar algumas escolas a batalhar pela sobrevivência, já que as “grammar schools” se expandiriam “roubando” os alunos com melhor desempenho às escolas vizinhas.

O secretário da Educação, Michael Gove, está a esboçar restrições à expansão das escolas mais populares. A mudança significa que as escolas mais fracas enfrentarão maior pressão financeira face à diminuição do número de alunos.

Margaret Tulloch, secretária do grupo de defesa das “comprehensive schools” [escolas públicas não selectivas de alunos e que são o reverso das “grammar schools”, no sistema educativo britânico], disse: “Ao permitir que as escolas privadas se expandam, permitimos que elas escolham as crianças com melhores desempenhos académicos das escolas não-selectivas. O que vai tornar mais difícil para [essas escolas] alcançar as metas educativas [que têm em conta as notas dos alunos], por isso vai significar um esforço maior, e não haverá nenhuma forma de se oporem à expansão de outra escola.”

A partir do próximo ano, o governo estabeleceu um “padrão de piso” para as escolas secundárias de 40% dos alunos a atingir cinco metas GCSE’s com classificação Bom, incluindo a Inglês e a Matemática. As escolas a baixo destas metas arriscam-se a serem transformadas em academias [escolas financiadas pelas autoridades locais, onde se incluem, as escolas de ensino confessional].

Nenhuma “grammar school” foi construída desde a década 60, mas no início deste ano uma dessas escolas em Devon estava em negociações para criar uma escola satélite a sete milhas de distância.

Reformas do ensino superior: a raiva é cada vez maior (5 Dez)

As universidades estão cada vez mais irritadas com o ataque do Governo aos valores académicos e sua indiferença para com as consequências sociais, diz Peter Scott, num artigo de opinião.

“Com a maioria das reformas, mesmo as mais controversas e contestadas chega finalmente um momento para aceitação. Mas esse tempo ainda não chegou para os planos do governo de cortar o financiamento público e triplicar as propinas no ensino superior. Os gestores universitários não tiveram escolha a não ser prepararem-se para Setembro, estabelecendo níveis de propinas e, em mais de 20 instituições, redefinindo-os abaixo do limiar das 7.500 libras que lhes permite recuperar algumas das vagas para os estudantes que perderam. Mas a raiva não esta a diminuir. Os alunos, é claro, têm sido extremamente ingratos desde o primeiro dia, apesar de terem sido colocados no “coração do sistema” (para citar o título do Livro Branco), embora as tácticas da polícia terem reprimido os protestos de rua. Agora, grande parte da comunidade académica - de jovens investigadores e docentes para as estrelas da profissão - estão finalmente a acordar para o desafio colocado pelas reformas do Governo.”

a Página 13-12- 2011

 

 


  
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